segunda-feira, 6 de junho de 2011

CONQUISTA DA AMÉRICA


Na mesma época em que a Espanha acabava de consolidar a expulsão dos muçulmanos, Colombo descobria a América para os Reis Católicos e os espanhóis iniciavam a conquista das novas terras, misturando os motivos de missão religiosa com os da sede de riquezas e poder. Em sentido restrito, dá-se o nome de conquista da América espanhola à que foi realizada pelos espanhóis nos territórios das civilizações do Novo Mundo. Ao contrário de outros processos colonizadores, como o do Caribe, o do rio da Prata ou o do Brasil pelos portugueses, essas campanhas de conquista foram levadas a efeito contra estados ou confederações de tribos que contavam com exércitos permanentes e elevado grau de organização. Foram, portanto, verdadeiras operações militares, executadas por soldados profissionais diante de forças em geral muito mais numerosas. Apesar disso, a vantagem dos espanhóis era incomparável, propícia a estimular-lhes a prepotência e a crueldade, pois seus adversários não conheciam as armas de fogo e chegaram a vê-los como deuses.
Os interesses econômicos e políticos da monarquia espanhola foram as forças mais determinantes das viagens e expedições de conquista dos territórios descobertos por Colombo. Acostumados durante séculos à guerra contra os árabes, os espanhóis trataram o Novo Mundo como a nova fronteira de seu poderio e da fé cristã. Cogitando de utilizar os indígenas como mão-de-obra submissa, deram prioridade à dominação das regiões culturalmente adiantadas, como o México e o Peru, em vez daquelas em que o estado selvagem dos nativos pudesse dificultar a exploração econômica. Os conquistadores eram, ora da pequena nobreza castelhana, ora aventureiros, provindos principalmente da Andaluzia, Extremadura e Castela.
Nomeado almirante, vice-rei e governador das terras que descobrira, Cristóvão Colombo ainda teria direito à décima parte do que obtivesse na colonização, a que deu início em 1493, com sua segunda viagem à América. Por meio de bulas papais, e do Tratado de Tordesilhas (1494), as terras do continente foram divididas entre a Espanha e Portugal. Explorando a ilha de Hispaniola (La Española), Colombo e os espanhóis chegaram a parcos resultados. Com as últimas viagens do navegador (terceira e quarta), foram alcançadas a ilha de Trinidad, a foz do Orinoco, o golfo de Honduras e a costa centro-americana até o Panamá.
As muitas outras viagens às Américas, de navegadores como Américo Vespúcio, Pedro Álvares Cabral, Vicente Yáñez Pinzón, acabaram de convencer a Espanha a empreender um esforço especial de conquista e colonização das novas terras. Em 1508 Diego de Nicuesa e Alonso de Ojeda tentaram inutilmente estabelecer colônias na costa norte da futura Colômbia. Pouco depois Vasco Núñez de Balboa fundou no istmo do Panamá a povoação de Santa María la Antigua, partindo daí para o chamado mar do Sul, o oceano Pacífico, aonde chegou em 1513.
Seguia-se, aos poucos, a tomada de outras ilhas. Juan Ponce de León fora encarregado em 1508 de conquistar Porto Rico. Conforme antiga tática espanhola, casou-se com a filha de um cacique local, aplainando o caminho dos espanhóis. De importância estratégica, a Jamaica tornou-se uma das metas mais cobiçadas. Em 1509 Juan de Esquivel fundou ali a cidade de Santiago de la Vega. Dois anos depois Diego de Velázquez começava a conquista de Cuba, fundando Baracoa, Santiago e Havana. No entanto, embora sem ter como resistir militarmente, os índios do Caribe não se submeteram à escravidão, provocando grande ira dos invasores, que os extinguiram quase completamente.
Enquanto isso, Juan Díaz de Solís descia a América do Sul até o rio da Prata (1515), Alonso de Pineda chegava à foz do Mississippi (1519), Gaspar de Espinoza explorava a costa oeste da América Central e do México, o português Fernão de Magalhães e seu colega espanhol Juan Sebastián Elcano deram a primeira volta ao mundo, de 1519 a 1522.
Conquista do México. La Española e Cuba tornaram-se as bases logísticas para a conquista do continente. Em 1517 os espanhóis exploraram a península de Yucatán, entrando em contato com a civilização dos maias, então em decadência. Os relatos sobre as riquezas desse povo despertaram o interesse do governador de Cuba, Diego de Velázquez, que enviou nova expedição às terras mexicanas, sob o comando de Juan de Grijalva (1518). Este, contornando o litoral da península de Yucatán, chegou a Tabasco, onde conferenciou com representantes do governo asteca, subindo depois até o lugar em que mais tarde se fundaria Veracruz.
Encontrando pela frente um número excessivamente grande de indígenas, Grijalva voltou a Cuba e o governador confiou a Hernán Cortés uma terceira expedição. Cortés explorou a ilha de Cozumel (1519) e desembarcou na costa de Tabasco, subjugando os índios. Foi em seguida para a ilha que recebeu o nome de San Juan de Ulúa e a 21 de abril de 1519 chegou à costa continental, onde fundou Villa Rica de la Vera Cruz (Veracruz).
Com base na tradição espanhola da autonomia municipal, Cortés fez suas tropas reconhecerem-no como capitão-geral, assumindo autoridade suficiente para conquistar o México independentemente das ordens de Velázquez. Os espanhóis receberam representantes do imperador asteca Montezuma II, que indagaram a intenção dos invasores e tentaram convencê-los a não ir adiante. Houve também um encontro com os índios totonacas, dominados pelos astecas, que se comprometeram a compor com Cortés contra Montezuma. Avançando em direção à capital do império, o capitão espanhol recebeu muitos presentes, por ter sido identificado com o deus Quetzalcóatl.
Antes de chegar a Tenochtitlan, encontrou a oposição dos habitantes de Tlaxcala, que, embora inimigos dos astecas, enfrentaram duramente os espanhóis, sofrendo milhares de baixas. Os tlaxcaltecas restantes resignaram-se a aliar-se com os conquistadores. Continuando o avanço, Cortés entrou em Cholula, cidade sagrada dos astecas, onde não houve nenhuma resistência. Apesar disso, e recebendo novos emissários de Montezuma, o capitão fez um enorme morticínio, degolando os moradores da cidade e ateando-lhes fogo. Os enviados de Montezuma tiveram a vida poupada para poderem relatar o ocorrido.
Atemorizado ante a esmagadora superioridade militar dos invasores, o imperador foi ao encontro do comandante espanhol, recebendo-o amistosamente e entrando com ele na cidade. Tornou-se, assim, um precioso refém de seus inimigos, que logo despertaram o horror da população, por seus abusos de violência e cobiça. Com a notícia de que Velázquez, o governador de Cuba, enviara tropas para Veracruz, Cortés deixou Tenochtitlan. Em seu lugar ficou Pedro de Alvarado. Seus homens, durante uma festa religiosa, destruíram imagens astecas, mataram vários chefes e guerreiros, levando o povo de Tenochtitlan à sublevação.
Montezuma, tentando apaziguar os súditos, foi morto por eles. Seu irmão Cuitláhuac assumiu o governo, enquanto Cortés já regressara, depois de derrotar e incorporar as tropas de Velázquez. Em 30 de julho de 1520, na chamada "noche triste", os espanhóis foram derrotados por Cuitláhuac, retirando-se para Tlaxcala.
Em dezembro, com reforços vindos de Cuba, Cortés novamente atacou Tecnochtitlan, onde após a morte de Cuitláhuac -- vitimado pela varíola, uma das piores armas que os invasores trouxeram da Europa --, o poder passara para Cuauhtémoc, sobrinho de Montezuma II. Em abril de 1521 completou-se o cerco da cidade, que foi bombardeada a partir da lagoa a sua volta por diversos bergantins. Os astecas viram-se dizimados pela destruição, pela varíola e pela fome, resistindo até agosto, quando os espanhóis apoderaram-se da cidade e de Cuauhtémoc, que inutilmente tentou a fuga.

Dentro em pouco, todo o resto do México estava conquistado, assim como a Guatemala, onde Pedro de Alvarado, depois de forte resistência, fundou Santiago de los Caballeros, e Honduras, subjugada por Cortés. Em 1528 fundou-se a cidade de San Salvador. Os novos territórios passaram a depender dos tribunais da Nova Espanha e da Guatemala, sob cuja jurisdição se encontrava toda a América Central, o istmo do Panamá e parte do México. Em 1534 todas as terras mexicanas e centro-americanas converteram-se no vice-reino da Nova Espanha.
Os navegadores que percorreram a costa do Pacífico difundiram notícias sobre o vasto império inca, em grande parte identificado, na imaginação dos conquistadores, com o reino fabuloso do Eldorado, que se pensava existir na região. Duas expedições de reconhecimento, em 1524 e 1526, localizaram os centros mais importantes e confirmaram a existência de riquezas extraordinárias.
Empreenderam a conquista Francisco Pizarro e seus auxiliares Diego de Almagro e Hernando de Luque, à frente de uns 200 homens (1530). Valendo-se da situação de guerra civil em que se opunham os irmãos Huáscar e Atahualpa, os espanhóis avançaram rapidamente. Depois da fundação de San Miguel, primeira posição espanhola estabelecida no Peru, os conquistadores dirigiram-se a Cajamarca, de onde atacaram os índios de surpresa e capturaram Atahualpa. O inca (originalmente título do soberano desse império), que vencera e mandara matar o irmão Huáscar, entregou a Pizarro imensas riquezas em troca da liberdade. Ainda assim, foi executado.
Pizarro seguiu então para Cuzco, apossando-se de todas as terras por onde passava. Ante a perturbação causada pela morte de Atahualpa, os incas e os povos índios que lhes eram subordinados aceitaram a dominação espanhola e, após entrar em Cuzco, com a conquista praticamente consolidada, Pizarro reconheceu Manco Cápac como novo chefe inca. Com o Peru inteiramente sob seu controle, os conquistadores saquearam as riquezas do império e procuraram os lugares mais propícios à fundação de cidades. Em 1535 foi fundada Los Reyes, futura Lima.
Não tardaram a surgir desavenças entre os espanhóis responsáveis pelo domínio das novas terras, entre as quais o norte do Chile. Diego de Almagro fizera expedições a essa região, mas seu conquistador foi Pedro de Valdivia, que em rápida incursão fundou as cidades de Santiago, Valparaíso e Concepción, entre outras, de 1541 a 1550. Em 1553 no entanto os araucanos, guiados pelo cacique Lautaro, conseguiram capturá-lo e matá-lo. Após meio século de guerra, o rio Biobio foi reconhecido pelos espanhóis como a fronteira norte das terras araucanas, que assim permaneceram até a segunda metade do século XIX.
Também a partir do Peru se realizaram diversas expedições em direção ao norte e a leste. Em 1534 Sebastián de Belalcázar e Diego de Almagro fundaram San Francisco de Quito. O primeiro, pouco depois, incorporou aos domínios espanhóis o norte do Equador e o sul da Colômbia. Em 1540, integrando uma expedição comandada por Gonzalo Pizarro (irmão do conquistador), Francisco de Orellana percorreu o Amazonas desde os Andes até a foz.
No norte da América do Sul, Gonzalo Jiménez de Quesada subiu o rio Madalena a partir do Caribe e em 1538 fundou Santa Fé de Bogotá, no centro da confederação das tribos chibchas. As desavenças entre os chefes desses índios permitiram aos espanhóis apoderar-se de seu território e saquear-lhe as riquezas. Outra expedição, chefiada por Belalcázar, foi de Quito até a meseta de Bogotá, fundando no caminho Cali e Popayán. Nicolás Federmann, capitão-geral da região venezuelana que Carlos V (I da Espanha) concedera aos banqueiros alemães Welser, encontrou-se depois com os capitães espanhóis para juntos decidirem submeter ao juízo da coroa a titularidade da conquista.
A expansão territorial da Espanha no continente completou-se com a conquista do rio da Prata. Em 1516 seu estuário foi descoberto por Díaz de Solís, mas a conquista propriamente dita foi obra de Pedro de Mendoza, quando fundou (1536) Santa María de Buen Aire, mais tarde de Buenos Aires. A escassez de víveres e os ataques de índios obrigaram os colonizadores a abandonar a cidade, que na época era muito isolada. Na viagem de volta à Espanha, Mendoza morreu. Juan de Ayolas e Domingo Martínez de Irala, seus oficiais, encarregaram-se de continuar seu trabalho e fundaram Assunção, que se tornou centro da colonização espanhola da região. Estabelecimentos agrícolas e de pecuária no noroeste do que viriam a ser as províncias argentinas de Salta e Jujuy prosperaram bastante e garantiram alimentos para a zona de mineração de Potosí, onde se constituiria a atual Bolívia. A conquista do rio da Prata consolidou-se em 1580, com a segunda fundação de Buenos Aires, a cargo de Juan de Garay.

sábado, 4 de junho de 2011

HISTÓRIA SEMPRE

Vivemos um belo exemplo de como a História é uma realidade. O notíciário sobre os protestos dos bombeiros é um expressão da luta pelo predomínio de uma opinião que vitoriosa ganhará espaço na história recente. Lembremos que duvidar é o melhor lema para um estudioso que deseja desenvolver o senso crítico. Não basta apontar quem é "mentiroso" nesse momento pois trata-se de um debate que mobiliza interpretação. Aos alunos da 1029, mais um exemplo para o Projeto "Tudo é Verdade". Espero que estejam se organizando sob a coordenação da colega citada em sala de aula. Convido a leitura do artigo que está no link abaixo.
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Artigo sobre a Crise Política no Rio de Janeiro>>>>

http://votopositivo-cg.blogspot.com/2011/06/conjuntura-do-rio-de-janeiro.html

AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA

Antes de Incas e Astecas, importantes grupos se desenvolveram na Mesoamérica, como os Olmecas e os Maias, estes últimos conhecidos como "os gregos do Novo Mundo".
Os olmecas
A cultura olmeca, que se originou na costa sul do Golfo do México (La Venta, San Lorenzo, Tenochtitlán, Três Zapotes), é considerada a primeira cultura elaborada da Mesoamérica, e matriz de todas as culturas posteriores dessa área.

Quem foram os olmecas? A sua antigüidade remonta á época em que na Europa, depois de invadirem Creta, os aqueus se preparavam para conquistar Tróia. Portanto, por volta do século XIII a.C., surgiu na América a primeira civilização. Que durou até cerca do ano 100 a.C.. As características marcantes do Império Olmeca, que se estendeu desde o México Ocidental até, talvez, a Costa Rica - foram a escultura monumental (colossais cabeças de pedra) e a presença de centros cívicos religiosos a que se subordinavam áreas periféricas (satélites).
Tem razão o historiador mexicano Ignacio Bernal em declarar que ''para nós, americanos, ainda é melhor conhecida a vida de Roma que a de Tenochtitlán ou de Cuzco". Embora já se conheça razoavelmente bem a vida econômica e sócio-política dos astecas e incas, a mesmo não acontece com relação aos olmecas. Recentes pesquisas arqueológicas, realizadas em San Lorenzo, um dos principais centros Olmecas e, provavelmente, o primeiro centro civilizada da Mesoamérica, nos dão conta da existência de colinas artificiais, com desaguamentos subterrâneos que funcionariam como sistemas para controle da água. A costa meridional do Golfo do México é uma área pantanosa, irrigada por numerosos rios. Nesse ambiente tropical, os olmecas cultivaram milho, feijão e abóbora, complementando a subsistência com os produtos obtidos através da caça e da pesca.
Além de talhar monumentos gigantescos, feitos de pedra, os olmecas também destacaram-se no artesanato de jade. Nem pedra, nem jade existiam no litoral do Golfo. Os olmecas iam buscar essas matérias-primas em regiões distantes. Como não conheciam a roda, nem possuíam animais de carga, a pedra era transportada em balsas, por via fluvial. A procura do jade deve ter servido como estimulo ao comércio, que se fazia através de numerosas rotas. Acredita-se que a notável influência olmeca na Mesoamérica seja devida á extensão desse comércio. A organização social dos olmecas era bastante desenvolvida. A população, espalhada pelo Império, dividia-se entre urna minoria (sacerdotes, artífices de elite), que habitava os centros cerimoniais, e a maioria do povo - camponeses - que vivia nas aldeias. Nos centros cerimoniais, como o de La Venta, havia altos cômoros, em forma de pirâmide truncada, construídos sobre grandes plataformas de terra, organizadas ao redor de plazas, segundo um plano sistemático. Esses montículos de argila eram rodeados de enormes fossas, onde foram encontradas máscaras religiosas profundamente enterradas. Ao que parece, os cômoros tinham funções primordialmente funerárias é de se supor a existência de Chefias ou Estados incipientes (como em Três Zapotes), devido á necessidade de supervisão e planejamento, além de recrutamento de numerosa mão-de-obra, para a construção das pirâmides, plataformas e aterros.
O valor dominante do religioso caracterizou a Arte olmeca. A escultura era bastante desenvolvida: monumentais cabeças de pedra, com rosto redondo, lábios
grossos e nariz achatado; estatuetas com formas humanas; e outras apresentando uma mistura de traças humanos e felinos (aguar). Todas caracterizavam-se pela boca retorcida - típica da Arte olmeca. São freqüentes as representações do jaguar, a principal divindade, sendo que o homem-jaguar representaria, provável mente, o deus da chuva. Quanto a pintura, dela encontraram-se poucas exemplares, em locais distantes. Sabe-se que tinham conhecimentosde 
Astronomia - basta observar-se o traçado das suas cidades, obedecendo aos pontos cardeais (como La Venta) e um calendário, pois foram encontrados, em alguns monumentos, registros de datas muito antigas. Também conheciam a escrita e possuíam sistemas matemáticos. Muitos traços e tradições dos olmecas sobreviveram entre as diversas culturas que os sucederam, como é o caso das culturas dos maias e astecas.
Os maias
Os maias - que ocuparam as planícies da Península do Iucatã, quase toda a Guatemala, a parte ocidental de Honduras e algumas regiões limítrofes constituíam povos que falavam línguas aparentadas, e elaboraram uma das mais complexas e influentes culturas da América. Alguns historiadores, para quem a Europa é o centro do mundo, chegaram a comparar os maias aos gregos, em termos de importância cultural. Estes Gregos do Novo Mundo possuíam uma economia agrícola baseada na produção do milho, considerado alimento sagrado, pois dele se teria originado o homem, segundo a mitologia maia. A terra era cultivada coletivamente, obrigando-se os camponeses ao pagamento do imposto coletivo. A caça e a pesca eram atividades complementares, sendo desconhecida a pecuária.
A organização social dos maias ainda é, em grande parte, desconhecida. Entretanto, através do estudo da Arte maia, sobretudo de sua Pintura, pode-se caracterizar essa civilização como uma sociedade de classes. Uma elite (militares e sacerdotes) constituía a classe dominante, de caráter hereditário, que habitam as numerosas centros cerimoniais, circundados pelas aldeias onde vivia a numerosa mão-de-obra composta por camponeses submetidos ao regime da servidão coletiva. Os centros maias não eram apenas o lugar da administração e do culto, mas também exerciam funções comercias: trocas de produtos cultivados e de artigos do artesanato, (objetos de ouro e cobre, tecidos de algodão, cerâmica), sendo muito importante o ofício de mercador. Havia ainda os escravos, cujas figuras apareciam em numerosos monumentos do Antigo Império Maia. "Estas figuras de cativos certamente são uma representação dos prisioneiros de guerra reduzidos á escravidão, ainda que possam representar também as pessoas de todo um povoado ou aldeia, coletivamente, melhor do que a um indivíduo em especial, as vezes, os rostos dos prisioneiros são diferentes dos das principais figuras, diferença que possivelmente indica que os senhores pertenciam a uma classe hereditária especial."
Politicamente, acredita-se que o governo maia fosse uma teocracia, exercida pelo Halach Uinic, de caráter hereditário, incumbido da política interna e externa,
e do recolhimento do imposto coletivo das aldeias. Uma espécie de Conselho assessorava esse governante. As chefias das aldeias eram exercidas pelos Batab, com jurisdição local e submetido ao supremo governante, como, aliás, todos os habitantes das aldeias e os funcionários reais. Estas chefias locais poderiam ser constituídas pelas antigas aristocracias tribais, cooptadas pelo Estado para melhor afirmar sua autoridade sobre as aldeias. Havia ainda os Nacom, chefes militares eleitos por um período de três anos, que intervinham nos assuntos da guerra, organizando o exército; e funcionários menos categorizados, os Tupiles, que zelavam pela ordem pública.
Os maias na verdade, nunca chegaram a constituir um Império: cada cidade com suas respectivas aldeias, formava um Estado independente: Palenque, Copán, Tical e outras.
Do ponto de vista religioso, os maias acreditavam que o destino do homem era controlado pelos deuses, e, assim, toda sua produção cultural foi nitidamente influenciada pela religião. A arquitetura era sobretudo religiosa. Utilizando principalmente pedra e terra como materiais, e trabalho forçado da numerosa mão-de-obra camponesa, construíram-se templos, de forma retangular, sobre pirâmides truncadas, com escadarias, e estendendo-se ao redor de praças. Também se edificaram palácios, provavelmente para residência dos sacerdotes, em que os interiores , geralmente longos e estreitos, eram cobertos por uma falsa abóbada, característica desse tipo de edificação. Todas as dependências revestiam-se de elaborada decoração - esculturas, pinturas murais, geralmente representando cenas guerreiras ou cerimoniais (altos dignitários sendo homenageados ou servidos por súditos). A escultura em terracota foi outro exemplo notável da Arte maia, enquanto a Pintura, utilizando cores vivas e intensas, atingiu alto grau de perfeição.
A preocupação religiosa também estava presente nas realizações dos maias no campo do registro do tempo. Uma das grandes realizações devidas aos sacerdotes foi o calendário da América Central. Todas as religiões se interessam pela determinação do tempo. Elas ligam o ciclo vital da indivíduo aos atos rituais que revivem periodicamente na sociedade e sincronizam este tempo social com a marcha do tempo. O calendário cíclico, que abrangia um período de 52 anos, era um sistema complexo de contagem do tempo, agrupando três ciclos, com número diferente de dias e com múltiplas combinações. Esse calendário orientava as atividades humanas e pressagiavam as vontades dos deuses. Os maias fizeram notáveis progressos na Astronomia. (eclipses solares, movimento dos planetas). Também adquiriram avançadas noções de Matemático, como um símbolo para o zero e o principio do valor relativo.
Embora não esteja ainda de todo decifrada, já se sabe que a escrita maia, considerada sagrada, não se baseava em um alfabeto: havia sinais pictográficos e símbolos apresentando sílabas, ou combinações de sons. No que restou da produção literária, sobressai o Popol Vuh, livro sagrado dos
maias, que contém numerosas lendas e é considerado um dos mais valiosos exemplos de Literatura indígena.
Por volta do ano 900, o Antigo Império Maia sofreu um declínio de população,e teria iniciado um processo erroneamente confundido com decadência. Alguns
estudiosos atribuem o abandono dos centros maias à guerra, insurreição, revolta social, invasões bárbaras etc. De fato, os grandes centros foram abandonados, porém não de súbito. As hipóteses mais prováveis apontam para uma exploração intensiva de meios de subsistência inadequados, provocando a exaustão do solo e a deficiência alimentar.
A cultura maia posterior, fundindo-se com a dos Toltecas, prolongou-se no Novo Império Maia até a conquista definitiva pelos espanhóis. 
Astecas 
Os astecas habitaram a região da atual Cidade do México, entre os séculos XIV e XVI. Organizados a partir de uma teocracia, isto é, a crença de que o imperador era uma espécie de deus, esses povos tinham uma divisão social altamente hierarquizada. As camadas mais baixas, formadas por camponeses, principalmente, além de pagarem altos impostos ao imperador, eram obrigadas a lhe prestar serviço em grandes obras de interesse público.
Moctezuma II (1466-1520), governante (tlatoani) asteca.
A economia dos astecas era baseada na agricultura, principalmente na plantação de milho, pimenta, tomate e cacau. Politeístas, eram fortemente influenciados pela região. Um exemplo disso é a realização de sacrifícios humanos com o fim de agradar aos deuses.
Incas
O império inca se localizava na região atual do Peru, Bolívia, Chile e Equador. Esses povos tinham uma economia baseada na agricultura e eram detentores de um razoável sistema de estradas. Sua sociedade era hierarquizada e bastante rígida, além disso, não havia propriedade privada, tudo pertencia ao Estado, na figura divina do imperador.
Os incas tinham significativo conhecimento da arquitetura. Um exemplo disso é a cidade de Machu Picchu, a qual revelou muito bem toda a eficiente infra-estrutura desta sociedade. Esses povos acreditavam no deus Sol (Inti), contudo também consideravam alguns animais como sagrados.
Maias
Os maias habitaram uma região formada pelos atuais territórios da Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (sul do México). Em razão da utilização de uma escrita hieroglífica, a civilização maia é aquela que proporciona as maiores dificuldades de estudo pelos historiadores.
Tais povos tinham uma sociedade rígida e hierarquizada, onde as camadas mais baixas tinham que pagar altos impostos para o imperador, considerado divino. Sua economia era baseada na agricultura, principalmente no cultivo do milho, alimento que era visto com algo sagrado.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ABSOLUTISMO - MERCANTILISMO - COLONIALISMO


Absolutismo

Podemos definir o absolutismo como um sistema político e administrativo que prevaleceu nos países da Europa, na época do Antigo Regime (séculos XV ao XVIII ). No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos.
Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões.
Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.


EXEMPLOS DE ALGUNS REIS DESTE PERÍODO

Henrique VIII - Dinastia Tudor : governou a Inglaterra no século XVII
Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra no século XVII
Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.
Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI.

TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO

Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. Abaixo alguns exemplos:

JACQUES BOSSUET

Para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes.
NICOLAU MAQUIAVEL
Escreveu um livro, " O Príncipe", onde defendia o poder dos reis. De acordo com as idéias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase : " Os fins justificam os meios."

THOMAS HOBBES

Este pensador inglês, autor do livro " O Leviatã ", defendia a idéia de que o rei salvou a civilização da barbárie e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes.

Mercantilismo

Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.
Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista:

METALISMO

O ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.

INDUSTRIALIZAÇÃO

O governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

PROTECIONISMO ALFANDEGÁRIO

Os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

PACTO COLONIAL

As colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

BALANÇA COMERCIAL FAVORÁVEL

O esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.

REFORMA E CONTRA-REFORMA RELIGIOSA


Motivos
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas : abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. 
Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica.
A Reforma Calvinista
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida).
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido : 
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.

domingo, 29 de maio de 2011

DESAFIO: PONTO EXTRA

Essa postagem é para os alunos do Primeiro Ano do Ensino Médio/2011 realizarem um comentário sobre a escultura de Michelangelo numa média de 5 linhas. Os comentários devem citar as características da Obra Renacentista relacionando com o conteúdo estudado no curso. Importante demonstrar conhecimento para relacionar Renascimento Cultural e Humanismo.  Escrevam o comentário que deve ser diferente dos demais colegas. Coloquem Nome Completo. Número. Turma. Ganhe UM PONTO EXTRA. Válido até 26-06-2011.


sábado, 28 de maio de 2011

RENASCIMENTO CULTURAL E HUMANISMO


Introdução 
Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.
Contexto Histórico 
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem  pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza,Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.
Características Principais: 
- Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

- As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;

- Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

- A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.
Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas,  começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo.  Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.  

Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

- Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).

- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.

- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.
- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.
- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.
Renascimento Científico 
Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.
A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.

Humanismo
O Humanismo caracteriza-se por uma nova visão do homem em relação a Deus e,  em relação a si mesmo. Essa nova visão decorre diante da nova realidade social e econômica vivida na época.
A pirâmide social da era Medieval, já não existe mais (essa pirâmide era formada pelos Nobres / Clero / e Povo), graças ao surgimento de uma nova classe social: a Burguesia, cujo nome se origina da palavra burgos que quer dizer cidade.
O surgimento das cidades deve-se ao incremento do comércio que era a base de sustentação dessa nova classe social. As cidades por sua vez, oferecem uma nova opção de vida para os camponeses que abandonam o campo. Esse fato iniciou o afrouxamento do regime feudal de servidão.
Nessa época também tem início as grandes navegações, que levam as pessoas a valorizar crescentemente as conquista humanas. Esses fatores combinados levam a um processo que atinge seu ponto máximo no Renascimento.
Como conseqüência dessa nova realidade social, o Teocentrismo pregado e defendido durante tantos anos pelas classes anteriores, passa a dar lugar para o Antropocentrismo, nova visão onde o homem se coloca como sendo o centro do Universo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Formação das Monarquias Nacionais

No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, veio a transformar a importância política dos reis.
A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e lingüísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.
Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias. 
Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.
Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.
Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.
A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.
Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.

RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO


O chamado Renascimento Comercial e Urbano se insere dentro do mesmo contexto das Cruzadas, isto é, ajuda a impulsionar esse movimento e é impulsionado por elas. Com o aumento da população, as novas técnicas de cultivo, aumento da produção, incorporação de novas terras, havia maior riqueza. Essa riqueza precisava circular, daí a intensificação do comércio. Ao mesmo tempo, com o aumento da população, as aglomerações urbanas puderam crescer. Havia um ditado da época que ilustra bem a questão “A cidade tem cheiro de liberdade”.
Não se pode acreditar entretanto que as cidades tenham desaparecido durante a Alta Idade Média. No Mediterrâneo, a dinâmica comercial prosseguiu, e algumas antigas cidades continuaram a seguir com seus negócios. No interior da Europa, muitas cidades romanas desapareceram ou se tornaram pequenos centros em torno de um palácio de um senhor, de um centro de peregrinação ou de um forte.
O que se dá a partir do século XI é um crescimento das cidades pré-existentes e um surgimento antes nunca visto de centros urbanos. Muitos servos, que agora tinham acesso menos raro ao dinheiro, compravam a sua liberdade, outros fugiam, pois em alguns lugares se alguém conseguisse viver um ano e um dia em uma cidade seria considerado homem livre. Mesmo assim, é preciso lembrar, a maioria absoluta da população continuava no campo.
As Feiras: Eram eventos regionais ou internacionais que ocorriam em entroncamentos de rotas de comércio e encruzilhadas de estradas. Poderiam ocorrer semestralmente ou anualmente. Muitos senhores e reis passaram a incentivar esses eventos dada a sua lucratividade.
As Corporações de Ofício: Eram associações de profissionais de uma mesma categoria – tecelões, vidreiros, carpinteiros, ferreiros, etc – que regulavam as atividades, fiscalizavam a qualidade dos produtos, concediam o status de mestre e proibiam a concorrência entre seus associados. Os mestres, isto é, os artesãos donos das oficinas, dirigiam essas associações. No trabalho artesanal também estavam envolvidos: oficiais – que eram os ajudantes do mestre, os aprendizes – que pagavam para aprender o ofício e poderiam um dia chegar a mestres, e os jornaleiros – que ganhavam salários para fazer diversos trabalhos. As mulheres também podiam ser mestres e a maioria das corporações medievais as aceitava, seja por sua profissão ou pelo direito de viúva. As Guildas também eram organizações de artesãos que defendiam os interesses dos associados e promoviam ajuda mútua.
As Liga Hanseática: Associação alemã de comerciantes, da qual faziam parte membros da Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, que visava ampliar o comércio no Norte da Europa. Dominavam as regiões do Mar do Norte e Báltico.
As Comunas: Grupos de habitantes das cidades ou associações urbanas que juravam fidelidade e negociavam ou exigiam melhoria na forma como os senhores eclesiásticos ou laicos (duques, condes, marqueses, etc) tratavam a cidade. “Comuna” é uma palavra que tem a mesma origem de “conjuração”. Muitas vezes, as comunas, os cidadãos unidos, se insurgiam violentamente contra seus senhores. As cartas comunais mais do que garantir os direitos, estabeleciam claramente os deveres das cidades.
Os Burgueses e a Centralização do poder: Burguês na Idade Média significava habitante do burgo, isto é, uma cidade fortificada. Os burgueses geralmente estavam associados ao comércio e ao artesanato. Com as cruzadas e o endividamento de muitos senhores, alguns deles começaram a ver na taxação das atividades comerciais uma fonte segura para aumentar as suas rendas. O grande número de moedas e tarifas que variavam de feudo para feudo também prejudicavam o comércio. Assim, muitos burgueses vão se aliar aos reis que buscavam a centralização política.
Não entendam que burgueses e reis vão se aliar contra a nobreza, pois os reis também são nobres e dependiam da existência desta classe para manterem o seu poder. Portanto, alguns reis vão ter burgueses como ministros e vão implementar tentativas de formação de exércitos nacionais, unificação jurídica (retomada do Direito Romano), tarifária e monetária. Isso irá ferir principalmente o interesse dos grandes nobres que tinham direitos especiais (vide resumo de Feudalismo). Assim, alguns monarcas irão colocar as cidades sob sua proteção direta, dando-lhes cartas comunais, garantindo com o seu prestígio a liberdade que os burgueses tanto queriam para fazer os seus negócios. Em troca os burgueses irão contribuir com o seu dinheiro para o fortalecimento dos reis. Reis, burgueses e parte da nobreza, principalmente a pequena nobreza, irão se associar contra o regionalismo feudal e o universalismo da Igreja – que achava que poderia interferir dentro dos reinos e se colocar acima do poder dos soberanos – dando início a formação dos Estados Nacionais e à transição para o Capitalismo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Teoria & Manifesto

Nosso Manifesto aos Estudantes foi um primeiro passo para que se estabeleça algumas propostas de interpretações sobre o estudo do conteúdo mínimo de História para o Primeiro Ano do Ensino Médio.
Uma das linhas teóricas que inspiram minha análise da realidade se encontra na obra Manifesto Comunista (1848) que foi escrita pelos alemãs Karl Marx e Friedrich Engels. Esse texto colabora na interpretação da História ao longo dos seus sucessivos acontecimentos.
Vejamos a citação clássica:

"A história de todas as sociedades queexistiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes"

Essa é a passagem que orienta a formulação para compreender a transição do feudalismo para o capitalismo. A crise do feudalismo é também resultado da luta de classes entre os Senhores Feudais e os Servos que ou se revoltaram ou fugiram para a margem do domínio dos laços de vassalagem adotando a atividade comercial como meio de sobrevivência. A emergência do renascimento comercial foi uma consequência desse processo de luta de classes, o que fez reagrupar a nova classe social, burguesia comercial, sob uma sociedade estamental. Gradualmente, os interesses da burguesia vão ser dominantes no mundo do capitalismo. Esse é o processo histórico que estamos estudando.